A Copa do Mundo é um evento especial, sim. Sei que enquanto
nossa paixão nos guia diante de belas jogadas e erros crassos de jogadores e
árbitros, enquanto o timeco espanhol − sempre achei essa seleção chata pra
caramba, os campeões do um a zero, só na final da Eurocopa de 2012 fizeram
alguma coisa interessante − leva um chocolate da laranja embalada em papel
azul, coisas tristes acontecem, tipo o Aécio perseguindo desafetos,
endinheirados arrotando grosserias contra a presidenta, e casos corriqueiros de
corrupção em todas as esferas da vida pública brasileiras, fora as filas, o
transporte público ridículo, os remédios em falta pelos postos de saúde e o meu
ridículo salário de professor. Mas a Copa, nos encanta e nos dá lições.
A Espanha era a atual campeã do mundo. Dona de um jogo
chato, seleção que levou o último título mundial sem apresentar um futebol
vistoso, de um a zero a um a zero, tendo inclusive perdido na estreia para uma
insossa Suíça. É possível que a Espanha seja o time mais antipático, mais
arrogante e menos encantador de todas as Copas. A Itália ganhou títulos sem
brilho, mas sempre me pareceu consciente de suas limitações, sempre levou suas
vitórias como um ato de superação; já a Espanha sempre acreditou em sua
competência, em sua superioridade, em sua maestria. Esqueceram que o supertime
do Barcelona, se tinha uma série de jogadores que não são espanhóis, como
Messi, Maxwell, Daniel Alves, Alexis Sanchéz, e antes teve Ronaldinho Gaúcho,
antes ainda Rivaldo, Giovanni, Ronaldo Fenômeno; o Real Madri também sempre foi
uma constelação de jogadores do mundo todo.
E a Holanda, tri-vice, chegou com uma seleção meio assim,
desacreditada, mais ou menos, e simplesmente humilhou os atuais campeões, os
que afirmaram cheio de empáfia, que "não deveriam mudar seu estilo de
jogo" por serem campeões do mundo, europeus etc.
Os espanhóis entraram em campo calçando tamancas. Tomaram cinco
tropicadas. E a Copa do Mundo no Brasil assistiu à sua primeira partida histórica.
Esta Copa está mesmo muito legal!
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