A Espanha não merece misericórdia. Ela fez mal ao futebol em
seu período de hegemonia, com seus toques de lado, com seu poder financeiro,
com seus narizes empinados.
A Espanha não merece compaixão. Tem em seu time jogadores de
fato muito competentes, mas jamais cravou um craque, desses que entram para a
história pelas suas jogadas geniais. Uma seleção competente, vencedora, mas sem
a menor poesia correndo entre as pernas dos jogadores.
A Espanha merece respeito. Duas Eurocopas consecutivas, uma
vencendo a Alemanha, outra trucidando a Itália. E uma Copa do Mundo no meio.
A Espanha exige cuidado. Perdeu a primeira partida da Copa
de 2010 para um time sem expressão, a pálida Suíça. E despachou Alemanha e Holanda
nas partidas finais.
A Espanha não tem simpatia. Vem perdendo e empatando, mas
sempre afirmando que não pretende mudar o modo de jogar, pois são campeões etc.
A Espanha não tem futuro. Seu time envelhecido, seus craques
manjados, suas jogadas desbotadas. Uma seleção vitoriosa que, tudo indica, não
deixa legado.
A Espanha não tem medo. Se pegarem o Brasil nas oitavas,
entrarão em campo de cabeça erguida, tentando impor seu presente sobre o
passado glorioso da seleção canarinho. E tudo poderá acontecer.
O que resta a qualquer time que enfrentar os espanhóis é
encará-la sem dó. Eles estão velhos, cansados, até previsíveis. E se não
projetam esperança no futuro, já fazem parte da história.
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