A primeira parte do título acima faz referência ao filme
alemão de 2003, do diretor Wolfgang Becker. Nele, a mãe do protagonista,
defensora árdua do regime ditatorial da Alemanha Oriental entra em coma
justamente durante o período da queda do muro de Berlim. Como ela não pode
passar por emoções fortes, sua família, em especial seu filho, fazem de tudo
para esconder dela que os comunistas, apoiados pela já em processo de
decomposição URSS, já caíram do poder.
Aquele socialismo, implantado por ditadores que prometeram
igualdade e liberdade e entregaram burocracia, perseguição e apenas distribuíram
mediocridade, foi tarde, sem cumprir as falácias que derramou sobre o povo.
Ganso, que, tudo indica, está de saída do Santos, não fez pouco pelo Santos,
mas tem se esforçado para sair pela porta dos fundos do clube. Está muito perto
disso.
O jogador fez partidas antológicas pelo time da Vila,
conquistou três estaduais, uma Copa do Brasil e uma Libertadores, ao lado de Neymar
e companhia, mas em alguns momentos importantes, por contusão ou má vontade –
agora já nem é possível saber – deixou muito a desejar. Suas apresentações
contra o Corinthians, nas semifinais da Libertadores, foram pouco menos que
frustrantes, como já havia acontecido contra o Vellez nas quartas de final do
mesmo campeonato. Seu baixo rendimento, somado à sua crônica insatisfação com
os rendimentos que o Santos lhe oferecia, deixaram a diretoria do clube
irritada e os torcedores desconfiados. Não podemos ser ingratos com o meia mais
talentoso da atualidade, tampouco devemos fechar os olhos para o fato de que
ele não vem jogando, não vem se empenhando como deveria, na certa por acreditar
que deveria estar em outro lugar, ganhando mais.
Vale lembrar que na seleção, até agora, Paulo Henrique Ganso
ainda não justificou sua fama de craque. Que Giovanni, o craque e ídolo do Santos
que o levou até o alvinegro praiano, rompeu com o meia problemático, sugerindo
que o caráter do jovem jogador passa por uma crise de instabilidade.
O que podemos dizer ao Ganso? Obrigado pelas alegrias
proporcionadas, sinta-se perdoado pelas partidas ridículas que jogou e boa
sorte em seu novo clube. Eu, particularmente, se fosse dirigente de qualquer
clube brasileiro, não perderia meu tempo negociando com esse atleta, pois está
na cara que qualquer parada dele por essas terras não passará de uma simples
escala para clubes europeus – onde ele também poderá passar a vida
insatisfeito, achando que deveria estar em outro lugar. E ainda há as contusões
constantes, por falta de sorte ou por ser relapso, já não podemos afirmar nada
sobre Ganso.
Assim como as estátuas de Lênin que foram removidas da
antiga Alemanha Oriental, o jogador está se esforçando para ser um grande
estorvo, sem ponto de chegada definido. Que ele acorde antes que seja tarde,
antes de virar mais uma promessa que não se cumpriu.
O que nos alivia é saber que Ganso, ao contrário de Lênin, Stálin e toda as canhestrice comunista alemã, se não cumprir o que prometeu, ao menos não será responsável por mortes, famílias separadas e regimes ditatoriais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário