um abismo paira
sobre a king-lama
que descama
o poço,
do fundo
deságua pro deserto
muitas portas em meus olhos
entre os dedos, fechaduras
sem clave ou bemol
nos ouvidos, avenidas e o silêncio
e eu mesmo, inviolento
desaprumo, esgarço o rumo
já tão cedo e amar é nada?
há que se renascinventar
rasgar pelo avesso a realidade
agasalhar-se em retalho de arte
derramar o amor, a dois
antes que cedo ou tarde
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