terça-feira, agosto 19, 2008

A Cidade que não pára
(A não ser na hora do Rush)

O Guiness não dá conta. São Paulo, a cada semana, tem superado seus recordes de congestionamento, na velocidade do You Tube! Percursos que muito antigamente, coisa de rês semanas atrás, levavam dez, quinze minutos, agora, ou agora há pouco, chegavam a quarenta e cinco, cinqüenta minutos, duas horas, com muita sorte! O congestionamento se espalha caudaloso pela cidade inteira e já chega nos recantos da periferia. Especialistas sensacionalizam, cientificamente: em quatro anos, a cidade pára! A julgar pela progressão geométrica de nossos enroscos viários, talvez não precisemos esperar tanto tempo assim. O futuro é cada vez mais agora, ou foi agorinha pouco!
Resultado de uma política urbana repleta de fracassos? Falta de recursos para que a cidade flua? Um pouco de cada coisa. Afinal, quem investiu tanto em estradas, asfaltos, pontes, viadutos, quem sempre dependeu economicamente de uma indústria automobilística e precisava colocar os carros para circular? Há também o poder das grandes empresas de ônibus – vai dizer que não? – que não podem ver com bons olhos a ampliação da malha ferroviária, das estações de metrô, o pobre metrô que não é tão vistoso quanto eficiente – as pontes, sim, viram cartão-postal! E ter um bom automóvel no Brasil, não é só um luxo, é uma necessidade. Vai depender do busão às dez da noite numa quebrada qualquer por aí, meu camarada...
Mas não nos esqueçamos que isso é sinal de progresso. Afinal de contas, o Brasil é um país confiável para investimentos; passamos a comer mais e melhor, e ainda sobra um dinheirinho para comprarmos imóveis e carros, tudo financiado e com altas taxas de juros, por que não? E não podemos deixar de contar com o empenho de nossos políticos, os tucanos em especial, aqueles que derrubam viadutos, pontes, soterram buracos do metrô, permitem rebeliões em presídios e na novíssima Fundação Casa, conceito revolucionário em recuperação de menores infratores, tipo uma FEBEM, mas com um nome muito mais “social-democrata”. Já estudam a possibilidade de cobrarem pedágio nas marginais, nos arredores do centro expandido. Coisa fina, como há em Londres, por exemplo. Estamos chegando no Primeiro Mundo! Mas está tudo parado, engarrafado.

Um comentário:

Quase nada... disse...

Muito bom o texto!!!! Parabéns!

É né...é loucura total!!!!
Acho melhor fugir dessa cidade antes que ela nos engula....

Um abraço,
Helô

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