Um time que chegou à Copa gerando alguma expectativa, por
ter jogadores como o atacante durão Dzeko, mas que não correspondeu em campo,
foi a seleção de Bósnia e Herzegovina.
O que menos importa para esse país, imagino eu, é a
classificação na Copa. Claro que seria muito legal chegarem às oitavas ou ainda
mais longe na competição, mas, para um país que sempre foi notícia por causa de
uma guerra que deixou um saldo de cerca de 220 mil mortos, participar de uma
Copa do Mundo já é uma conquista extraordinária.
Bósnia e Herzegovina agora são um país normal. Ou um país em
busca de normalidade, pois imagino que a guerra levará algumas gerações para
deixar de ser uma sombra pesada, maligna. Uma guerra deixa rastros de ódio. E a
Copa, por mais que seja uma competição, que seja palco de revanches e rancores,
também é, para quem sabe curtir, uma celebração entre nações, uma festa de
torcidas, um encontro de culturas. Mais importante que os gols perdidos e
"impedidos" da Bósnia (houve um gol legítimo anulado pela arbitragem
no jogo contra a Nigéria) é estar em um evento que não seja negociação de paz, uma
tentativa de limpeza étnica, um movimento separatista. Após assumir uma
identidade, todo povo quer se integrar ao mundo.
Se o futebol deixou, e muito, a desejar, agora, Bósnia e
Herzegovina agora estão integrados à humanidade, pois só é humano quem pode
reclamar da arbitragem em uma Copa do mundo, reclamar de um time que não
corresponde às expectativas, quem consegue ir além dos conflitos, quem troca as
batalhas sangrentas pelos embates esportivos. Bem-vinda, Bósnia e Herzegovina!
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