quinta-feira, fevereiro 25, 2010

ave, samurai

não fosse Leminski
o sol e as andorinhas,
das palavras, coitadinhas
jamais teceriam
os verões e as manhãs
(só os galos de mil esporas
cantariam para muros)

os refrões e os dicionários,
e as rimas, pobrezinhas,
tudo isso ficaria
porcaria sem a gíria
só poesia para otários

mas o polaco
sagaz-sábio
com a espada oriental
vem rasgando madrugadas
doce, ébrio e apaixonado
pula muros
beija galos.

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