sábado, janeiro 15, 2011

Mãos à lama!

Quando essas coisas acontecem, não dá tempo de ficarmos chocados, alarmados, tristes ou petrificados. Se a poesia cabe em qualquer lugar, tem todas as utilidades, a retórica, não! Não façamos da tragédia ponto de partida para nossas veleidades. É tempo de ajudar como der, ajudar desesperadamente pela pressa, ajudar carregados da esperança de que podemos salvar vidas, resgatar sobreviventes, auxiliarmos no pontapé reinicial da vida, confortarmos os que choram. Não é tempo de retórica, de marketing pessoal ou de trabalhar a imagem. É tempo de dedicação integral ao próximo.
O que pode ser feito? Doe. Dinheiro, roupa, remédio. Doe seu tempo. Doe sua criatividade. Doe seu ombro. Busque os meios confiáveis de ajudar: eu conheço e recomendo a Visão Mundial, mas certamente há outros; só tome cuidado com os picaretas e não faça desse momento um meio de aplacar sua consciência consumista, hedonista, egoísta. A dor do outro precisa ser estancada, ela não é remédio para seus desvios!
Ore. Sei que nesses momentos parece que Deus está ausente, mas não foi Ele quem empurrou as pessoas para áreas impróprias para moradia. Peça a Deus que nos capacite, que capacite os que podem ir, que capacite os que podem doar, e saiba que Ele intercede sim, pelos que sofrem, pelos que choram. E que, mesmo sendo um Deus misericordioso, cobrará a fatura dos responsáveis pelas tragédias agendadas que temos no Brasil, como as enchentes que a cada ano resolvem abocanhar uma região do Brasil. Serra Fluminense agora, Angra dos Reis, Niterói e São Luis do Paraitinga ano passado, Santa Catarina ano retrasado, e sempre bairros paulistanos, cidades mineiras... alguém há de pagar.
Incomode. As pessoas ao seu redor precisam se dar conta de que algo gravíssimo está acontecendo e que pessoas precisam de auxílio urgentemente. Tente convencê-las pela compaixão. Eu, que sou diabético e insulinodependente, estou preocupadíssimo com os diabéticos sem remédio que estão isolados na Serra Gaúcha. Um cardíaco talvez se importe com os cardíacos, seres humanos com seres humanos etc.
Cobre. A pressa para ajudarmos as vítimas é justificada e diante de vidas em risco, tudo deve ficar para depois. Contudo, as providências para que a versão 2012 das enchentes, inundações etc. não aconteça, devem ser tomadas a partir de agora. Pré-sal, Olimpíadas, Copa, tudo isso é lindo, mas só faz sentido se até lá não percamos milhares de vidas por conta da displicência de nossos governantes.
Corra! O que você pode fazer exatamente agora para ajudar as vítimas? O quê? E mais o quê? Pés, mãos e coração na lama, vamos ver se, como dizia o apóstolo Paulo, podemos salvar alguns...

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